Donald Trump, ex-presidente dos EUA e atual candidato à presidência, fez uma declaração surpreendente em sua rede social, Truth, nesta quarta-feira (12). Ele afirmou que todas as mineradoras de Bitcoin devem se estabelecer nos Estados Unidos. Trump, que já chamou o Bitcoin de fraude em 2021, agora o vê como uma “última linha de defesa contra uma CBDC” (Moeda Digital de Banco Central), que ele acredita ser uma ameaça à liberdade dos americanos.
“O ódio de [Joe] Biden ao Bitcoin só ajuda a China, a Rússia e a Esquerda Comunista Radical”
Donald Trump
Mudança de posição e influência eleitoral
A mudança no discurso de Trump não é apenas retórica eleitoral. Um estudo da Triple-A revela que 15,5% da população americana investe em criptomoedas, enquanto a pesquisa do Digital Currency Group aponta que 1 a cada 5 eleitores considera as criptomoedas um fator crucial na escolha de seu candidato. Com a disputa acirrada entre Trump e Joe Biden, o apoio à comunidade cripto pode ser um diferencial decisivo.
Bitcoin e a soberania energética dos EUA
Em suas declarações, Trump afirmou que “quer todos os Bitcoins restantes produzidos nos EUA” para que o país se torne líder em energia. Atualmente, mais de 19,7 milhões de bitcoins já foram minerados, restando menos de 1,3 milhões a serem introduzidos no mercado.
Devido aos halvings, que ocorrem a cada 4 anos, a emissão de novos bitcoins será reduzida pela metade, prolongando a mineração pelos próximos 100 anos. Este processo poderá beneficiar os EUA economicamente e em termos de infraestrutura energética.
Impacto na infraestrutura energética
Advogados do Bitcoin defendem que a mineração de criptomoedas impulsiona o desenvolvimento da infraestrutura energética local. No Texas, por exemplo, mineradoras de Bitcoin ajustam suas operações para garantir que a energia seja destinada a moradores durante picos de demanda, como em períodos de calor extremo. Isso demonstra que a infraestrutura desenvolvida pela mineração pode beneficiar a comunidade a longo prazo, mesmo que as mineradoras deixem a região.
Assessoria especializada e estratégia eleitoral
Trump não está sozinho nessa jornada. No mês passado, David Bailey, CEO da Bitcoin Magazine, revelou que sua equipe está colaborando com a campanha de Trump para desenvolver uma agenda focada em Bitcoin e criptomoedas. Esta parceria sugere que o candidato está sendo bem assessorado e que sua postura pró-Bitcoin é estratégica e informada.
Biden e o ESG: um ponto fraco
Por outro lado, o governo Biden tem adotado uma postura crítica em relação às mineradoras de Bitcoin, frequentemente citando questões de ESG (Environmental, Social, and Governance). Essa abordagem não foi bem recebida pela comunidade cripto, proporcionando a Trump uma oportunidade de atacar um ponto fraco de seu principal adversário. Ao se posicionar como defensor da liberdade econômica e da inovação tecnológica, Trump busca conquistar os eleitores que veem no Bitcoin um símbolo de resistência e independência.
Conclusão: um novo capítulo na batalha eleitoral
A defesa enfática de Donald Trump pela mineração de Bitcoin nos EUA adiciona uma camada intrigante à sua campanha presidencial. Ao se aliar a um setor em crescimento e que tem uma base de apoio significativa, Trump não apenas fortalece sua plataforma política, mas também se posiciona como um defensor da liberdade econômica contra um governo que ele considera autoritário.
Resta saber como essa estratégia influenciará a corrida eleitoral, mas uma coisa é certa: o Bitcoin está no centro do debate político americano.
